quinta-feira

o piano

não consigo definir muito bem a minha relação com ele. não é de amor-ódio. (foi, talvez, em tempos, quando queriam obrigar-me a estar com ele horas a fio por dia) agora talvez seja de amor-esquecimento-amor. isto porque volta e meia há alguma coisa que me faz lembrar dele e eis que parece que já não consigo viver sem tocar nas teclas beje e pretas.
estou numa fase de amor, agora. muito graças à madalena. porque ela simplesmente delira estar sentada ao piano, tocar as suas "músicas", fazer-nos tocar alguma coisa.
e por isso, aqui fica uma imagem nossa: eu e ela sentadas no piano depois de uma tarde a ouvir música e a tentar tocá-la.






[murmúrio / suspiro / schiu: quero uma casa maior com um piano!]

a lira de apolo

hoje, de manhã, no meu trajecto de 10 minutos entre casa e o emprego, como tantos outros dias, no meio da distração matinal, dei por mim a ouvir na tsf o sinais. sinais que hoje falou de uma teia invisível musical. fiquei a pensar naquilo... quantas vezes dou por mim a tocar no ar, a imaginar-me sentada ao piano mas sem piano, tocar as teclas suaves e firmes de marfim sem existência corpórea, sentir o som que elas não emitem, eriçar-me com o andamento e o sentimento da música. quantas vezes não tocamos para o ar... e se, dessas tantas vezes que nos sentimos bafejados pela música, ela realmente se ouvisse? como seria o mundo se, como se dizia no sinais, "alguém fosse apanhado (...) numa espécie de campo magnético musical, tal como Obelix caiu no caldeirão da poção mágica, e não pudesse evitar que cada gesto futuro correspondesse a uma nota, a um andamento, que cada gesto futuro resgatasse do ar um sopro de música."

hoje vou imaginar que cada gesto meu é uma nota, hoje vou ser uma música.

terça-feira

seis

seis... contradições
seis... razões
seis... intimidades
seis... novidades
seis... informações
seis... coisas


esta é mais uma daquelas correntes que a net faz o favor de estender por lugares estranhos... esta foi-me proposta pela navel... e posso começar por ela a primeira de seis:

um.
amigos / amizade / conhecidos / desconhecidos
a amizade é das melhores coisas que temos na nossa vida. há amigos e amigos, é certo. mas aqueles que o são realmente são-o para sempre. mesmo quando os magoamos, mesmo quando, nem sabendo bem porquê, deixamos de ter um contacto tão assíduo. não sei por que o faço, mas de vez em quando parece que não tenho tempo para nada, parece que preciso de estar comigo, parece que o tempo que tenho para mim não chega para me encontrar, o que faz com que me afaste daqueles de quem mais gosto. no entanto, este afastamento é só físico. porque os amigos estão sempre comigo. sempre. (ouviste gatita?)

dois.
internet / rapidez / movimento / pessoas
se a internet nos pode separar, porque nos ligamos a ela e, consequentemente, nos podemos afastar do mundo real, ela também nos pode aproximar... de conhecidos e desconhecidos.
ainda estou para saber se a navel é quem julgo ser. mas se não for, neste momento é já um dos meus poisos bloguisticos... e se não for, é mais uma pessoa (mesmo que virtual) que fico a conhecer... :)

três.
carro / jipe
comecei a conduzir jipes, lá em casa não havia outra coisa com rodas. agora conduzo um carro mínimo, desportivo, um carro de bonecas. mas o meu carro é um jipe. :) quem diria que já senti receio de conduzir... e que ele mo tirou.
quem diria que eu que sempre gostei de mudanças iria comprar um carro sem elas e agora não queira outro?
no entanto, há coisas que nunca mudam: a paixão pela velocidade.

quatro.
trabalho
acho que não conseguiria não trabalhar. estar parada para mim é como morrer.
e mesmo quando estou aparentemente parada, leia-se férias, licença de maternidade e afins, continuo sempre a trabalhar e a pensar no trabalho.
apesar de todos os dissabores, acho que sou workaholic (é assim que se escreve?)

cinco.
medo / coragem
muita gente me vê como uma pessoa vivaz, corajosa, talvez. no entanto, cá bem dentro sou muito mais frágil do que pareço. e os meus muitos medos assim o demonstram. acho que a coragem é só mais uma maneira de os disfarçar. mas também... haveria coragem sem medo?

seis.
madalena.
haverá maior contradição que não dormindo nada, não descansando nada, não podendo fazer tantas daquelas coisas que sempre fizemos, tendo que mudar toda a nossa vida de pernas para o ar, apenas um sorriso, um agarrar a mão, um trejeito nos faça esquecer tudo o resto? a minha filhota tem esse poder. o poder de me fazer esquecer tudo. de só me apetecer rir. de só me apetecer agarrá-la, brincar com ela, mimá-la, mesmo depois do pior dia de todos. (desde que ela existe nunca mais existiu um dia mau...)





agora, os meninos que se seguem:
1. gulas
2. bolacha
3. sophia
4. a catarina
5. o pedro
6. a antónia (eu sei que não tens blog... mas já é altura de começares um!)


qualquer outra pessoa que queira continuar esta corrente, faça favor de deixar comentário.

de regresso

... a casa
... ao trabalho
... ao carro
... às bombas de gasolina



agora são as saudades da madalena que mais custam...
mas também sabem bem... principalmente quando chego a casa e ela me dá um sorrisão! ou quando me dá beijocas! ou quando adormece...