quinta-feira

duras verdades

o que nos faz esconder de nós próprios algumas coisas? o que nos faz não querer ver? o que nos faz não querer sentir?
hoje dei por mim a pensar nestas coisas, e noutras. dei por mim a reflectir sobre aquelas coisas que de há uns tempos para cá têm estado trancadas no baú das memórias. tinha deitado a chave para bem longe e, não sei porquê, hoje encontrei-a e resolvi ver o que andava por ali.
não gostei. não gostei mesmo nada.
pela primeira vez senti que eu não pertenço aquele baú. que aquelas memórias não deviam ser as minhas memórias. que elas talvez nem devessem existir.
é um sentimento de perda no tempo e no espaço. um sentimento que vem aguçar ainda mais aquele outro de vazio.

e contrariamente ao que se possa pensar, dar-me conta de tudo isto não me fez nada bem.
sempre me senti tão segura de mim e do meu passado, que nunca o questionei. nunca. era uma espécie de altar. eu sabia que tinha feito o que tinha que ser feito. que as coisas são para ser vividas. que mais vale arrepender-me de ter feito do que de não ter feito. mas... será mesmo assim? há coisas que têm consequências maiores. consequências que, no calor das emoções, nem sequer ponderamos. mas consequências que, mais tarde ou mais cedo, aparecem. as minhas têm estado adormecidas naquele baú. hoje acordaram com ele.
a fortaleza caiu. o baú apodreceu. e ficou tudo à solta.
tudo.

agora só quero saber como consigo encontrar um rumo outra vez.





vou tentar distrair-me, mas sei que esta não é a melhor opção. estou, mais uma vez, a criar um baú e a esconder tudo lá dentro. até encontrar as chaves outra vez. e soltar tudo outra vez.

2 razões

At 10:00 da manhã, Blogger someone disse...

nao te arrependas de nada do k fizeste. tenham sido passos errados, precipitados ou nao, foram os TEUS passos. aqueles que fazem de ti o que és hoje, aqueles que contribuiram para o teu crescimento. nao te arrependas. aprende com eles.

beijinhos... (sim, hoje ta-me a dar pra filosofia so pode:S)

 
At 1:01 da tarde, Blogger teste disse...

... não vou dizer chavões nem usar lugares comuns...

não sei o que sentes lá mais ao fundo, por baixo do já muito que te permites dizer aqui. não é falta de interesse, é uma falta de tempo misturada com, eu acho, algum receio de ter de me defrontar com algumas dessas questões, mas transportas para a minha vida.

é egoísmo, talvez, é capaz. mas não me permito "escarafunchar" em nada que me faça repensar, numa altura em que encontrei alguma sanidade, não mental que essa não se perdeu, mas emocional.

dizer mais uma vez que estou aqui se precisares, é um cliché. tu sabes isso e eu não preciso de repetir. mas se eu disser só aquilo que penso que não sabes, então possivelmente, não direi nada.

tem cuidado contigo. as memórias são o presente. criaram se no passado mas são o presente. não as uses para forjar o passado e refugiares te em sentimentos de culpa que só te vão puxar para baixo.

 

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