“o que é o que sinto por ti.
Segue-se uma definição…
É sentir que na última mensagem te perdi mais um pouco, e por causa disso não vou voltar a adormecer.
É estar sozinho e ver que é a tua falta que sinto.
É sair à noite e tudo parecer silêncio e escuridão e memórias.
É adormecer pensando no que te vou dizer amanhã e acordar pensando no que dissemos no dia anterior.
É ver-te mil vezes por dia na cara das pessoas que passam por mim na rua.
É ficar a sentir que já nada vale a pena quando ficamos mais distantes.
É ouvir o refrão: It’s such a perfect day / I’m glad I spent it with you… e só surgirem memórias tuas.
É associar-te às pequenas coisas de cada dia.
É querer a tua atenção.
É revelar-me, ficar sem defesas, odiar-me por isso, e continuar a fazê-lo.
É saber que por ti mudaria a minha vida.
É ver o título do suplemento do jornal: Amar Para Sempre… e saber que o artigo não me poderá ensinar nada.
É morrer por dentro por não te falar.
É devorar ciclicamente tudo o que me escreveste.
É ter uma só mensagem guardada no telemóvel, e ter meses, e ser tua.
É pensar em ti em cada beijo que dou.
É revelar-me a ti mais do que a qualquer outra pessoa.
É sentir que me mudaste.
É ter os olhos sempre à beira da tempestade, perante os desencontros.
É apegar-me a objectos por demais insignificantes.
É ter medo de me dar demais, e por isso só fazer disparates.
É ter medo de já me ter dado demais, e por isso fazer disparates ainda maiores.
É ter ainda tão presente a memória do primeiro abraço.
É pressentir que não voltarei a amar assim.
É ter vontade de dizer Amo-te no final de cada frase.
É evitar dizer Amo-te para que não penses erradamente que é uma rotina.
É ver o mail vinte vezes por dia, mesmo que haja um milhão de coisas para fazer.
É “escrever-te” nas costas de uma fotocópia, num talão de Multibanco, num bilhete de comboio.
É querer falar com amigos, só pelo prazer de dizer: Sim, amo-a.
É uma tarde passada à beira-Tejo, finalmente sozinho com as tuas memórias.
É o abraço na varanda do anfiteatro de Direito.
É um café tomado no Sta. Cruz e a súbita memória doce de outra noite.
É querer-te.
É a saudade de te ter a olhar nos meus olhos.
É um sorriso estúpido indisfarçável e incontrolável.
É uma mensagem com um pretexto ridículo, só para dizer: Estou aqui.
É ter “medo” de te falar, porque escrevendo me abro muito mais.
É sentir que “perdendo-te” me perderei também.
É olhar para o telemóvel de cinco em cinco minutos.
É fechar os olhos a cada toque de nova mensagem, e abri-los esperando ver o teu nome.
É não saber se algum dia me acomodarei à sensação de não poder estar sem ti,
É odiar-me por por vezes querer mais do que aquilo que me queres dar (descubro que o I’ll Take The Rain é uma treta)
É não querer exigir-te o que quer que seja (descubro que o I’ll Take The Rain faz todo o sentido).
É nascer de novo de cada vez que te ris.”
uma simples carta. daquelas que se têm de ler mil vezes. e mais uma. uma carta que nos faz sonhar. que nos faz querer sentir assim. uma carta que exalta o amor.
uma simples carta.
e não interessa de quem nem para quem. ela é quase universal.
ela é tua, minha, dela, dele, nossa, vossa...