domingo

para sempre

:)

sexta-feira

borboletas

.... no meu estômago....

medos.
não são medos.
são borboletas no meu estômago.

é toda uma história.
é toda uma história repetida.
é toda uma história repetida que queria diferente desta vez.

uma história que podia voar como as borboletas.
uma história que podia fazer-nos rir com as cócegas que as borboletas fazem quando passam perto de nós.
uma história repetida.
porque sempre voámos.
porque sempre rimos, mesmo quando não havia borboletas.

terça-feira

quem quer casar?

não, esta não é a cantilena da carochinha....
não, também não é um pedido de casamento....
nem um anúncio a recrutar possíveis candidatos.
é mais uma questão a juntar às outras....
mais uma curiosidade também...

tudo começou com um comentário numa conversa do messenger.
"esposa? credo!"


por que é que há pessoas anti-casamento?
que é que aquele acto, aquele estado civil tem de tão malévolo?

como é que uma cerimónia tão simbólica pode despertar tanta rejeição?

todos já sonhámos que nos casavamos. não acredito que exista uma pessoa que nunca tenha sequer pensado nisso. não interessa o tipo de cerimónia, nem o local, nem a roupa, nem os convidados. só aquele momento em que duas pessoas decidem que querem partilhar o resto da sua vida juntas. e decidem que querem que esse momento seja público. que todos saibam que estão felizes, que vão ser felizes. para sempre. até que a morte os separe.... (cof cof)

tudo bem, podemos decidir estar com outra pessoa sem termos que casar. podemos dividir a nossa vida sem assinarmos um contrato. podemos ser felizes sem uma aliança. mas será que é a mesma coisa?

não podemos, por exemplo, ter o prazer de chamar "meu maridinho" a alguém.
não temos aquela festa em que dizemos ao mundo: "sim, esta é a pessoa com quem quero estar por toda a minha vida!"
não vemos as mães e as avós e as amigas a chorar.
não atiramos o ramo para ver quem vai ser a próxima.
não leiloamos a liga.
não vestimos um vestido de princesa.

todos estes "nãos" são razões mínimas.
eu sei.
mas são razões. sem razões, mas razões.
é como entrar num mundo de fantasia.

das pessoas que vieram falar comigo hoje acerca deste assunto apenas uma, sim UMA, me disse que queria casar. no entanto, as razões apresentadas para casar deixam no ar um mas.
quer casar porque gostava, porque quer sair de casa, porque anseia em partilhar uma vida, em se entregar a outra pessoa. MAS... isso não é possível sem o casamento? que é que uma festa, uma cerimónia, uma troca de anéis, um papel vai mudar?

parece-me que há uma coisa fundamental: a pessoa certa.
é preciso encontrarmos alguém com quem o casamento faça realmente sentido. e mesmo assim, o casamento não é condição sine qua non para se ser feliz com essa pessoa.
quem é essa pessoa? quem é a pessoa ideal? com quem é que vai fazer realmente sentido casarmo-nos?
com a única.
com aquela pessoa que sabemos desde o início que é a certa.
com a pessoa por quem os nossos olhos brilham sempre. mesmo quando estamos chateados, mesmo quando estamos longe, mesmo quando fingimos uma briga.
com a pessoa que nos enche de tudo.
acho que quando a encontramos, sabemos quem ela é. porque não faz sentido com mais ninguém.
porque o mundo deixa de fazer sentido sem ela.

hoje esta imagem da pessoa ideal está completamente subvertida e, consequentemente, também a noção de casamento. há quem se case a pensar no divórcio.
há quem se case a pensar que se não der certo, separam-se.
há quem se case sem amar de paixão a pessoa com quem se casa.
há quem se case só porque sim.
há quem se case porque já namora há muito tempo.
há quem se case porque há uma cumplicidade, uma admiração, uma amizade. (mas... e o resto? essa pessoa é nossa amiga. pode ser um pai ou uma mãe. pode ser um ídolo. mas será a pessoa certa? aquela?)

quando encontramos a pessoa certa deixa de fazer sentido tudo. e passa tudo a fazer sentido.
é, um pouco, como a filosofia deste blog. sem razões e cem razões.
o casamento é assim também.
e gostei de ver que, apesar do "esposa? credo!", "se a outra pessoa fizer muita questão, caso".
acho que é exactamente esse o espírito. é tentar agradar ao máximo a outra pessoa. porque se ela estiver feliz, nós vamos certamente estar também.


e agora, quem quer casar?

segunda-feira

perder a cabeça

quem nunca perdeu a cabeça levante o dedo.
quero saber se há alguém que nunca tenha feito qualquer coisa sem pensar, por um impulso, um desejo, uma tara (ou mania), uma paixão.

perder a cabeça é
quase adrenalina.
felicidade quase perfeita,
quase loucura,
um risco quase nada controlado.

perder a cabeça é
atirarmo-nos ao mar assim que chegamos à praia (mesmo que não saibamos nadar)

perder a cabeça é continuar a sentir o mesmo que se sentiu num momento de loucura.
perder a cabeça é querer mais.

perder a cabeça é saber que a perderia mais uma vez.

quinta-feira

so why don't we go?

«
and if you have a minute why don't we go?
talk about it somewhere only we know.
this could be the end of everything.
so why don't we go?
»

o tempo é uma unidade tão diversa. um minuto não é o mesmo minuto para duas pessoas. para uma pode passar em 30 segundos e para outra pode significar toda a sua vida.
tal como o tempo, também a distância é deveras subjectiva. nós que vivemos num país tão pequeno, temos uma noção da distância completamente subvertida. tudo nos parece longe. quando tudo é tão perto que por vezes nos deixa com uma sensação claustrofóbica.

so why don't we go?

porque pode já não haver amanhã. porque amanhã pode ser tarde demais.
porque as coisas têm um momento certo para elas. e se esse momento passa, dificilmente elas voltam a fazer sentido novamente.
(será mesmo assim?)

cada vez mais me convenço de que tudo tem um momento para acontecer. tudo. e que, por vezes, como o tempo e a distância são medidas muito subjectivas, variáveis de sujeito para sujeito, esse momento não chega a acontecer. e passado esse momento... tudo deixa de fazer sentido.
será mesmo assim?
ou será que somos nós que não damos oportunidade para que esses momentos se voltem a repetir?

this could be the end of everything.
this is the end of everything.

temos que conseguir discernir e aceitar o final das coisas.
e muitas vezes se não vamos é porque ainda não aceitámos um final. um momento que não aconteceu. um tempo que já passou e não volta mais.
o fim pode não ser necessariamente mau. pode não implicar perda.
pode até ser um alívio.
o fim é, sem dúvida, um desses momentos que tem um espaço e um tempo próprio. e não adianta fugirmos deles. porque esse momento vai sempre voltar. é talvez o único que é recorrente.

this is the end of everything.


acho que, finalmente, deixei de fugir deste momento.
acho que, finalmente, consigo seguir com a minha vida. sem dar importância a momentos que não tiveram o seu tempo.
sem valorizar coisas que aconteceram no momento errado. que não deviam ter acontecido.
mas se aconteceram, alguma razão tiveram. nem que seja esta. a de perceber que não adianta fugir do final. que ele chega quer queiramos quer não. que ele dói. que ele magoa. que ele deixa marcas profundas.
mas que ele não é conclusivo. há muito mais para além disto que julgamos ter. há muito mais para além do que finalmente finalizamos.
pode não ser o mesmo. pode nunca mais acontecer igual.
mas... isso é mau?
não ser o mesmo pode ser um sinal positivo. pode querer dizer que finalmente vamos conseguir acertar com o momento, com o tempo, com a pessoa, com a vida.


i'm going away.








finally woken
i've been thinking 'bout things
for a long while
i'm felling so calm
i've got a big smile
i have a view of the sun
tight over the sea
and now i can feel
life is flowing through me

you see i've finally woken
from a long sleep
i'm ready to jump
to make that blind leap
coz i now believe
i have the power in me
i've got the faith baby
i can truly be free

finally woken
finally woken

child don't worry, it's ok
the sun is out for another day
and i say it'll be alright
[be alright]
today's the first day of the
rest of your life
remember, remember
remember this, remember

child don't worry it's ok
[i've got a big smile / i feel good]
the sun is out for another day
[someone's shining on me]
all i say it'll be alright
[be alright]
today is the first day of the
rest of your life
remember, remember
remember this, remember

finally woken
[i've got a big smile / i feel good]


[finally woken, jem]

quarta-feira

já alguma vez disseram "amo-te"?

pode parecer uma pergunta ridícula. mas não é. de todo.
há pessoas que não "usam" esta expressão. que talvez nunca a cheguem a usar.
porque é muito forte. porque está banalizada.
por cem razões.
sem razões.


parece-me que, para além de banalizada, ela está completamente fora do contexto.
"amo-te" é uma expressão tão significante. tão maior que não abarca apenas aquele amor generalista. tão maior que é bem maior que esse tipo de amor.
ela pertence a um amor maior.
a um amor sem barreiras. sem limites. sem fronteiras. sem certo nem errado. sem razões.

podia dizer "amo-te" hoje. a algumas pessoas. poucas.
podia dizer-lhes "amo-te" sempre. ontem e amanhã. agora.
já lhes disse com lágrimas nos olhos, com um sorriso do tamanho do mundo. já disse enquanto estava calada.

amo essas pessoas de paixão. verdadeiramente. e sei que vou amá-las sempre. não há maneira de fugir.
amo-as pelo que elas são. pelo que elas não são.
amo-as por tudo. pelas palavras, pelo olhar, pela sinceridade, pela beleza, pelo sorriso, pelo modo como me adivinham (e de que modo!), pela disponibilidade, ....

com isto, acho que já respondi à questão que coloquei.
já disse amo-te, sim.
mas mais do que simplesmente dizê-lo (quantas pessoas não o dizem só por dizer?), já o senti. e continuo a senti-lo.
não acho que se ame apenas uma pessoa. nem apenas uma pessoa ao mesmo tempo. nem acho que se ame da mesma maneira.
acredito que muitas vezes o dizemos a pessoas que se calhar não amamos realmente. porque amar hoje e não amar amanhã... não conta...
já o disse algumas vezes a algumas pessoas. mas a algumas dessas hoje não voltava a dizer. e esses amo-te, para mim, não contam. foram palavras jogadas ao vento. sem sentido. sem força.
felizmente, disse-o a pessoas a quem o repetiria hoje. e sei que o vou repetir para sempre. nem que seja em silêncio, ou noutra língua qualquer só para disfarçar..., ou com um sorriso só deles.


será que isso faz de mim uma "i love you person"?
naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
não ando por aí a dizer "amo-te" à primeira pessoa que me aparece pela frente. nem à segunda...
não o digo só por dizer. não o digo quando não o sinto. não o digo quando acho que é cedo demais. não o digo quando não tenho a certeza.
mas já o disse a uma pessoa que mal conhecia. e hoje continuo a dizer-lho.
já o disse a uma grande amiga minha. e hoje, apesar da distância e das poucas vezes que nos vemos, continuo a dizer-lho.
já o disse em japonês a uma pessoa muito especial. depois disse-o com todas as letras em português. e ainda hoje lho digo... nem que seja através de outras palavras.

sou uma "i love you person" para estas três pessoas. não vou conseguir deixar de ser nunca.
e se não o digo mais vezes não é por mim, nem pelas pessoas em questão. mas pelas outras, que raramente entendem tudo o que nos une.
para essas outras pessoas... só consigo sentir uma coisa. pena. porque ainda não perceberam como é bom dizer amo-te. como é bom ouvir um amo-te. como é bom, mais do que tudo isso, senti-lo sem qualquer receio.

coimbra

estou um pouco saudosista hoje.
saudosista de momentos, de risos, de intimidades, de patetices, ...
saudosista de coimbra, principalmente.
de uma coimbra que tão bem descreveram.
de uma coimbra muito "nossa" (e este nós abarca algumas pessoas).
de uma coimbra alegre. fraterna. divertida. colorida.
de uma coimbra quentinha.
de uma coimbra onde se comia gelados num jardim qualquer.
de uma coimbra a caminho de casa sempre com a certeza de uma companhia.
de uma coimbra onde os bancos dos pianos são as costas de um amigo.
de uma coimbra que, por breves instantes, se resumiu a duas pessoas, um abraço e uma varanda.
de uma coimbra solarenga na esplanada de arquitectura.
de uma coimbra corrida.
de uma coimbra a acordar.
de uma coimbra chuvosa e o cansaço de uma rapariga desesperada a correr na busca de um amigo.
de uma coimbra minha.
muito minha. muito nossa.

da minha casa. das pessoas que ali viviam. das figuras. do dormir como um anjo. dos testes de psicologia. do meu cabide. das histórias do capuchinho vermelho. do lenhador!
de uma noite mal dormida passada ao telefone.
do meu "namoradinho" a fingir... só para a senhora do bar...
das nossas natas :)
de uma colher oferecida.
dos livros de direito perdidos pela casa.
do vizinho surdo. do elevador. do filme que fizemos nele.

terça-feira

fugir dos nossos sentidos

fugir dos nossos sentimentos
retraí-los
deixá-los lá, num sítio qualquer, isolado, onde eles não nos magoem nem nos tragam felicidade.

e simultaneamente fugir dos sentidos.
retraí-los
o toque não existe. o sabor fica amargo. a visão nublada.
os sons deixam de fazer sentido. e o cheiro é só um.
por mais que tentemos fugir dele. só o cheiro o denuncia.
só do cheiro não consigo fugir. só esse sentido não consigo retrair. abandoná-lo junto com tudo o resto.


mas será que esta é a melhor solução?
será que devemos fugir dos nossos sentimentos? deixá-los lá naquele sítio onde nada acontece? tentar esquecê-los...
alguma vez conseguiremos fazê-lo? nunca se esquece um sentimento. pode deixar-se de o sentir. mas esquecê-lo...
como deixo de sentir isto? como?
tento, a todo o custo, fugir. contorná-lo. ignorá-lo. fazer mil e uma coisas para o tirar do pensamento. mas nada ajuda.
como se deixa de sentir?
como deixo os meus sentidos de lado?

segunda-feira

enfrentar a queda

a vida sem uma lágrima aqui e ali não fazia sentido algum.
porque chorar nos faz crescer, nos liberta.
porque chorar é sinónimo de angústia, de tristeza, de sentimentos retraídos, de vazio.
porque chorar é também sinónimo de alegria, de amizade, de alívio.

ontem li uma frase que tinha que transcrever aqui.
é de um livro pequeno, simples, cheio de imagens, repleto de ensinamentos, de palavras bonitas, de sonhos, de lições de vida.
o principezinho.
"quando nos deixamos prender, arriscamo-nos a chorar".

quando deixamos que a alegria nos invada por completo, quando deixamos que o amor preencha a nossa vida, quando somos vítimas da paixão... existe sempre um risco. como em tudo.
o risco de mais tarde ou mais cedo podermos bater com a cabeça no chão. podermos cair do alto voo que fizemos. podermos ser confrontadas com uma quebra, com um não, com um fim.

que fazer então?
evitar essa alegria, esse amor, essa paixão?
deixar de viver intensamente?
retrairmos os nossos sentimentos, as nossas vontades, os nossos olhares?

não consigo deixar de o fazer, ainda que inconscientemente.
por mais que me tente libertar destas amarras, ainda não consigo.
ainda aparecem aquelas cicatrizes a dizer-me "tem cuidado. ainda estás magoada. já te esqueceste?"
quando é que voltamos a ter asas? quando é que deixamos o passado onde ele pertence e nos atiramos de corpo e alma ao presente? a um presente onde o passado não pode contar...?
como?

como dizia a menina, tb eu sinto inveja daqueles que, apesar de também terem derramado lágrimas por se terem deixado prender tantas e tantas vezes, ainda acreditam no amor e ainda se entregam a ele de olhos fechados. aqueles que vivem o presente sem olhar para as cicatrizes. aqueles que caíram, mas voltaram a enfrentar a queda.

quando caímos de um cavalo, por exemplo. dizem-nos para voltarmos a montar, para cavalgarmos outra vez. logo. para nem pensarmos na queda. porque se ficarmos a pensar nela, o mais provavel é nunca mais sermos capazes de trepar para cima daquele animal robusto e sentirmos o vento no nosso corpo, o movimento do animal e de nós mesmos, aquela sensação de liberdade...

passa-se o mesmo com a vida, certamente. quando não enfrentamos as nossas quedas... voltar ao que nos fez cair torna-se bem mais complicado e doloroso.

mas agora surge a pergunta óbvia. como é que, quando não o enfrentámos logo, vamos voltar a trepar para o cavalo?
por que é que temos tanto receio de o fazer novamente?

quinta-feira

tell me

something nice.
something beautiful.
something that could make me smile.

segunda-feira

gostava que...

confiasses mais em mim;
confiasse mais em ti;
conseguisse dizer tudo o que quero, quando quero;
conseguisse fazer tudo o que quero, quando quero.



gostava de andar sempre com o teu sorriso nos lábios.
todos os dias.

sexta-feira

não há rosas sem espinhos, ouvi...

...
e mais não digo...
porque é estranho demais para transcrever aqui.
será que anda alguém a tentar mostrar.me que se calhar as coisas não são como as vi hoje?
quem dera...

quinta-feira

duras verdades

o que nos faz esconder de nós próprios algumas coisas? o que nos faz não querer ver? o que nos faz não querer sentir?
hoje dei por mim a pensar nestas coisas, e noutras. dei por mim a reflectir sobre aquelas coisas que de há uns tempos para cá têm estado trancadas no baú das memórias. tinha deitado a chave para bem longe e, não sei porquê, hoje encontrei-a e resolvi ver o que andava por ali.
não gostei. não gostei mesmo nada.
pela primeira vez senti que eu não pertenço aquele baú. que aquelas memórias não deviam ser as minhas memórias. que elas talvez nem devessem existir.
é um sentimento de perda no tempo e no espaço. um sentimento que vem aguçar ainda mais aquele outro de vazio.

e contrariamente ao que se possa pensar, dar-me conta de tudo isto não me fez nada bem.
sempre me senti tão segura de mim e do meu passado, que nunca o questionei. nunca. era uma espécie de altar. eu sabia que tinha feito o que tinha que ser feito. que as coisas são para ser vividas. que mais vale arrepender-me de ter feito do que de não ter feito. mas... será mesmo assim? há coisas que têm consequências maiores. consequências que, no calor das emoções, nem sequer ponderamos. mas consequências que, mais tarde ou mais cedo, aparecem. as minhas têm estado adormecidas naquele baú. hoje acordaram com ele.
a fortaleza caiu. o baú apodreceu. e ficou tudo à solta.
tudo.

agora só quero saber como consigo encontrar um rumo outra vez.





vou tentar distrair-me, mas sei que esta não é a melhor opção. estou, mais uma vez, a criar um baú e a esconder tudo lá dentro. até encontrar as chaves outra vez. e soltar tudo outra vez.

por que é que...

por que é que apesar das mil e uma coisas que faço para me distrair, acabo sempre por voltar a cair naquele marasmo, naquela apatia, naquele mal-estar que me tem rodeado nos últimos tempos?

por que é que esta sensação de vazio não vai embora?

por que é que sinto que nada vale a pena. que nada vai valer a pena?



pode até parecer que ando com alguma depressão.... mas sei que não se trata de nada disso. é mesmo um desinteresse por tudo. um desajuste com a realidade que me rodeia. uma necessidade de tudo menos isto.



quero abstrair-me deste sentimento e não consigo.
quero sorrir e os dentes ficam cerrados, como se tivessem sido colados com super cola.
quero dar mimos e até já isso se torna difícil.
quero recebê-los e aí é que as coisas se complicam mesmo.

quero uma felicidade que saboreei e nunca mais encontrei.
quero uma vida nova.
quero um eu novo. limpo. tábua rasa.

quarta-feira

por vezes....

li este texto num blog de uma pessoa muito especial para mim... e não resisti a transcrevê-lo.
não resistam, também, a ele...

E por vezes


E por vezes as noites duram meses.

E por vezes os mares oceanos.

E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos.

E por vezes encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos.

E por vezes fingimos que lembramos.

E por vezes lembramos que por vezes ao tomarmos o gosto aos oceanos, só o sarro das noites não dos meses, lá no fundo dos corpos encontramos.

E por vezes sorrimos ou choramos.

E por vezes, por vezes ah por vezes, num segundo se evolam tantos anos.


David Mourão Ferreira.

borboleta

eu sei que tantas vezes podia ter dado o braço a torcer.
eu sei que tantas vezes te magoei com palavras.
eu sei que tantas vezes agi erradamente contigo.
eu sei que tantas vezes fizemos birra.
eu sei que tantas vezes sorrimos.
eu sei que tantas vezes brincámos.
eu sei que tantas vezes falámos de nós, dos outros, de tudo e de nada.
eu sei que tantas vezes rimos.
eu sei que tantas vezes escrevemos.
eu sei que tantas vezes nos calámos.
eu sei que tantas vezes não telefonámos.
eu sei que tantas vezes aparecemos.
eu sei que tantas vezes fomos uma, em vez de três (ou quatro, ou cinco).


borboleta,
hoje é um dia especial para ti. mas também um dia igual a tantos outros. mas também um dia mais feliz. e, simultaneamente, um dia mais triste.
e como em tantos outros dias, como no resto dos dias das nossas vidas, vamos estar lá. contigo, comigo, com a gatita, com toda a gente.
mesmo que nos magoemos, mesmo que não demos o braço a torcer, mesmo que continuemos a fazer birra, mesmo que não nos telefonemos, mesmo que tudo, mesmo que nada. vamos estar sempre perto. sempre.
feliz aniversário para ti.
felizes 24 anitos.

adoro-te.

terça-feira

quanto tempo mais?

a propósito do último post, disseram-me que iria passar, que dias melhores iriam aparecer.
só tenho uma pergunta... quando?

por que será que quando nos sentimos mais em baixo tudo parece empurrar-nos ainda mais lá para baixo? lei da gravidade, talvez... (sim, eu sei que fui seca...)
por que parece que um dia triste demora mais que um dia feliz?
por que sinto que sair deste estado não vai ser tão simples quanto algumas pessoas acreditam?
por que sinto que não me apetece mais aguentar isto?


neste momento, neste preciso momento, apetecia-me estar sozinha. sem ninguém. nem uma pessoa. estar em silêncio. só estar. descansar. pensar. mudar.
mudar a minha vida de pernas para o ar.
desaparecer.

talvez daqui a uma horita e pouco o consiga fazer.

segunda-feira

sem nada.

vazia.
empty.

lost.